DESENVOLVIMENTO DA MUSICALIDADE, SOCIALIZAÇÃO, EDUCAÇÃO.
A música é uma prática social, é uma atividade humana celebrada em todas as culturas, por ser altamente atrativa, pelas suas possibilidades criativas e pelo seu potencial imitativo. É usada como uma marca de identidade, ajudando a demarcar territórios culturais, identificando grupos e formas de vida. e possibilita a condição de integração, de socialização, de um movimento que ora se estrutura, ora se desestrutura e ora entra num fluxo de harmonia, estabelecendo contato, relação, percepção e cognição.
O processo musicoterapêutico promove o desenvolvimento de potenciais e restabelece funções alcançando necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais, cognitivas e neurológicas.
A musicoterapia enxerga o ser humano holisticamente, ou seja, como um todo, onde o corpo e a mente, a matéria e o espírito formam um todo indivisível. A música (com o objetivo de alcançar efeitos terapêuticos) vem sendo utilizada desde o início da civilização, estando referenciada entre todos os povos e civilizações no decorrer dos séculos. Se inicialmente seu caráter era mágico, atualmente passa a ser reconhecido também como instrumento valioso em áreas da medicina.
O trabalho do musicoterapeuta visa desenvolver potenciais e/ou restabelecer funções do indivíduo para que ele possa alcançar uma melhor integração intra e/ou interpessoal e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida, pela prevenção, reabilitação ou tratamento.
Baseado no fazer musical, o Processo Musicoterapêutico é dinâmico e eficaz, favorecido por uma prática que estimula, simultaneamente, diversas regiões cerebrais. Embora seja baseada no fazer musical, a Musicoterapia não privilegia a estética musical. Ruídos e barulhos também podem fazer parte da sonoridade criada e, assim, não é necessário que o cliente tenha conhecimentos musicais.
MUSICOTERAPIA NA EDUCAÇÃO REGULAR E ESPECIALIZADA.
Atuando na área de Educação Musical, que considero mais adequado o termo Desenvolvimento da Musicalidade venho observando que alguns alunos seriam beneficiados com um trabalho dirigido às necessidades apresentadas, sejam elas quais forem.
Na educação, a musicoterapia pode auxiliar:
no desenvolvimento psicopedagógico;
no desenvolvimento psicomotor;
na dinâmica de grupo em sala de aula.
O musicoterapeuta utiliza a música e suas ferramentas afim de ajudar que as crianças a adquiriram conhecimentos e habilidades não musicais que são essenciais para a sua educação.
Tem por objetivo prevenir e tratar distúrbios de aprendizagem, dificuldades na leitura, dificuldades na escrita, além de auxiliar no desenvolvimento psicopedagógico.
O QUE PODE SER ALCANÇADO EM MUSICOTERAPIA NA EDUCAÇÃO
Esquema corporal – consiste no conhecimento que a criança tem do próprio corpo, de suas partes e na interação do seu corpo, gestos, postura e atitudes com o mundo das pessoas e dos objetos.
Orientação Temporal – é a orientação no sentido de que os acontecimentos se sucedem no tempo.
Percepção tátil – é o ato de perceber o que nos cerca através do tato.
Percepção visual – é a capacidade de reconhecer e discriminar os estímulos visuais e de interpreta-los, associando-se às experiências anteriores.
Pronúncia das palavras – ou linguagem oral, é a atividade verbal que conduz a criança a expressar-se e se fazer entender e a satisfazer seus anseios e desejos.
Orientação espacial – permite a aquisição de noções de localização, posição e direção. Envolve os aspectos de lateralidade (lados esquerdo e direito), bem como a execução de movimentos direcionais da esquerda para a direita.
Coordenação Viso motora – consiste na capacidade de coordenar a visão com os movimentos do corpo. É o controle que a criança tem do próprio corpo para harmonizar as partes, a fim de executar movimentos firmes e precisos.
Concentração e Interesse – é a intenção da criança em envolver-se em uma atividade, explorando-a ao máximo e integrando-se.
Sociabilização – é a integração e participação da criança no e com o grupo, através das atividades propostas.
Desenvolver a musicalidade – trabalho de percepção, discriminação e execução rítmica, melódica e harmônica, através dos jogos, brincadeiras, apreciação musical, livre exploração dos instrumentos de banda rítmica e posterior adequação no manuseio, e cantigas praticadas nos encontros sonoros, improviso e composição.