GESTANDO: NOVO CICLO DE VIDA, NOVOS RITMOS NOVOS TONS
Esse texto aborda o trabalho de musicoterapia durante o ciclo gestacional
A comunicação e estimulação com o bebê
A mulher: as mudanças biopsicossociais e os benefícios da musicoterapia
Artigo publicado em: Musicoterapia na Gestação
Pesquisas na área de neuro desenvolvimento mostram que a música ativa
várias áreas do cérebro simultaneamente. Sob o olhar da esquizoanálise a
música, no contexto musicoterapeutico, abrange não somente objetos sonoros
e musicais, mas também uma variedade de outros signos. Possibilita a
condição de integração, de socialização, de um movimento que ora se
estrutura, ora se desestrutura e ora entra num fluxo de harmonia,
estabelecendo contato, relação, percepção e cognição (aprendizagem).
A partir da vigésima primeira semana de gestação o bebê já escuta os sons
externos, então atividades sonoras como: cantar, tocar, conversar, apreciar
sons e músicas que fazem parte da história dos pais, da família, de animais
(latidos, miados por ex.); podem ser vivenciados de maneira muito divertida
emocionante e prazerosa.
A resposta do bebê é imediata, (movimento, alteração do batimento
cardíaco, quietude) ele entra em ressonância com a atividade e assim vamos
estabelecendo já uma comunicação, estamos assim criando um ritmo familiar.
O bebê já está familiarizado com os sons internos do corpo da mãe como o
batimento cardíaco, a circulação sanguínea, os sons e movimentos da
respiração e digestão, enfim tudo que acontece nesse mundo filtrado pelo
líquido amniótico. Oferecemos boas vindas sonoras e vamos construindo esse
novo lar, fortalecendo a comunicação e os vínculos afetivos.
A comunicação não verbal entre mãe e filho flui mais naturalmente pois
passando pelo processo musicoterapeutico ocorre o desenvolvimento da
escuta, melhorando a percepção, percebendo de maneira mais clara a
comunicação e as necessidades de seu filho.
A mulher passa por mudanças relevantes nesse período, ficando também
mais sensível e emotiva. A musicoterapia, através das técnicas direcionadas
proporciona a diminuição do estresse e elaboração dos possíveis medos.
O processo musicoterapico promove a expressão das emoções e
sentimentos através do fazer musical, com os instrumentos, a voz, da
expressão sonoro corporal.
A partir de canções temáticas e do reportório sugerido pela paciente,
conteúdos inexplorados emergem. Utilizando os recursos da música como a
melodia, a harmonia, o ritmo e as letras das canções vamos reconstruindo a
autoimagem, desenvolvendo a autoestima. Então a mulher mais fortalecida e
consciente vai estabelecer uma maior proximidade com o bebê ainda no útero,
pode se preparar para um parto mais harmonioso. O momento da volta a sua
atividade profissional será mais natural pois o vínculo que já foi formado antes
do bebê nascer vai ficando cada vez mais profundo e sólido.
Em meu trabalho com musicoterapia utilizo também técnicas de PNL –
Programação neolinguística – com abordagem sistêmica. Com esses recursos
podemos ressignificar conteúdos, promover um planejamento para mensurável,
muito agradável e feliz para essa nova fase de vida.