TEA (TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA) OU AUTISMO.
O transtorno do espectro autista (TEA) se refere a uma série de condições caracterizadas por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem, e por uma gama estreita de interesses e atividades que são únicas para o indivíduo e realizadas de forma repetitiva. (OPAS)
O autismo é definido como um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades de interação social, comunicação e comportamentos repetitivos e restritos. (DSM-V)
Anteriormente, no CID 10, a classificação referente ao autismo era totalmente dividida, utilizando como código principal F.84.
Na Classificação Internacional de Doenças Mentais – ONU – CID-11 que foi lançado em janeiro de 2022, o Transtorno do Espectro do Autismo é identificado pelo código 6A02 em substituição ao F84.0, e as subdivisões passam a estar relacionadas com a presença ou não de Deficiência Intelectual e/ou comprometimento da linguagem funcional.
Na CID-11 (última versão deste manual 2022) os diagnósticos de autismo passam a fazer parte dos Transtornos do Espectro do Autismo (6A02), que podem ser identificados das seguintes formas:
Nível 1 de suporte – Leve: pouco apoio
6A02.0: TEA sem Deficiência Intelectual (DI) e com leve ou nenhum prejuízo de linguagem funcional
6A02.1: TEA com DI e com leve ou nenhum prejuízo de linguagem funcional
Nível 2 de suporte – Moderado: apoio substancial
6A02.4: TEA sem DI e com ausência de linguagem funcional
6A02.5: TEA com DI e com ausência de linguagem funcional
Nível 3 suporte – Severo: apoio muito substancial
6A02.4: TEA sem DI e com ausência de linguagem funcional
6A02.5: TEA com DI e com ausência de linguagem funcional
Bebês: sinais de risco
Atualmente cerca de uma pessoa a cada 36, e apresenta características com hipótese diagnostica dentro do TEA e são confirmados.
Crianças menores de um ano podem exibir indicadores do transtorno do espectro autista (TEA). Esses sinais são frequentemente difíceis de distinguir, e os pais podem confundi-los com problemas de audição.
Alguns bebês podem apenas ter uma perda de audição ou simplesmente ter um desenvolvimento tardio.
Por isso é importante o acompanhamento com o pediatra e se for indicado avaliação de especialistas no desenvolvimento e estimulação infantil. Sinais
atípicos no desenvolvimento podem ser corrigidos ou amenizados, comportamentos aprendidos, com o tratamento adequado e mudar a história de vida da criança.
O Desenvolvimento de capacidades e habilidades pode ser estimulado e aprendido, e os talentos estimulados.
O Que podemos observar:
Entre 2 e 3 meses
– Não faz contato com os olhos. É importante saber se os sentidos da visão e audição estão normais também.
até 04 meses
– Não há troca de olhares entre a criança e o adulto
– Não reage a fala dirigida a ela
– Não sorri
04 até 07 meses
– Criança não responde ou reage a brincadeiras de natureza física.
Exemplos: cadê/achou – pegar no pé
– Não faz imitação de gestos, movimentos simples – buscar vínculos procura continuar a brincadeira, o retorno não acontece
– Não pede ajuda (passiva)
– Produzem diferentes sons e ritmos ( balbucios diferenciados)
– Não se movimentam em direção aos sons, a estímulos sonoros
08 até 11 meses
– Não acompanha você com o olhar quando se afasta dela
– Não demonstra o que gosta ou não com expressões faciais
– Não balbucia palavras.
– Não estende os braços quando a mãe entra no quarto.
– Não realiza brincadeiras imaginárias simples
exemplo: dar receber comida
12 a 17 meses
– Não balbucia ou nomeia o que quer
– Não responde ao seu próprio nome
– Não diferencia seus objetos e dos outros
– Não procura por você quando o chama pelo nome
– Não dá tchauzinho
18 a 31 meses
– Ainda não elaborou nenhuma frase com começo meio e fim.
– Não utiliza gestos comunicativos
– Não apresenta expressões faciais
– Aponta com o dedo
– Faz uso de palavras simples, ou 2 palavras
– Comportamento imitativo
– Ainda não pronunciou nenhuma palavra inteligível
– Apresenta comportamento repetitivo
– Auto estimulação – pode ser para se acalmar ou expressar emoções (balançar as mãos, sacudir o corpo ou girar em círculos constantemente)
Interação social a partir dos 36 meses
– Não desenvolve amizade com outras crianças, não sabem como fazer ou não apresenta interesse
– Dificuldade em compreender e reagir aos sentimentos dos outros
– Não participa de atividades em grupo: falta de habilidade ou interesse.
– Resiste ao toque ou não compreenderem o significado de espaço pessoal
– Não responde bem ao ser consolado quando está se sentindo angustiado
Acompanhar o processo de desenvolvimento da criança é importante e respeitar o período natural de aquisição de cada uma, seu jeito de ser também. Pessoas são naturalmente diferentes umas das outras. Temos um padrão e tempo para esse desenvolvimento natural.
No TEA a criança pode apresentar perda de habilidades na comunicação e interação social.
Quanto a comunicação verbal, algumas crianças com TEA não desenvolvem a fala, outras apresentam uma voz plana ou monótona mono melódica, falam sem entonação.
Algumas crianças usam a ecolalia, ou a repetição de palavras e frases, para se comunicar e se concentrar.
Musicoterapia Intervenções
Entre as experiências musicais mais usadas em Musicoterapia, pode-se citar a improvisação musical, a composição musical, a re-criação de canções e a audição musical. (Gattino)
Benefícios da Musicoterapia no TEA
– Mais facilidade de comunicação verbal e não verbal, induzindo também o contato visual e tátil;
– Diminuição dos movimentos estereotipados;
– Estímulo de criatividade
– Satisfação emocional
– Facilidade para organização do pensamento;
– Contribuição para o desenvolvimento social;
– Interação com a sociedade
– Diminuição da hiperatividade;
– Melhora da qualidade de vida bem como de sua família.
O fazer musical em musicoterapia pode promover também o desenvolvimento de talentos e habilidades mediado pelas experiências sonoro corporais musicais:
– A ação das pessoas com TEA dentro da estrutura temporal da música, através de livre exploração timbrística, da exploração de instrumentos e de improvisações;
– Auto expressão e vivências criativas, experiências de comunicação e interação entre pares sem a necessidade do discurso verbal;
– Expressão e comunicação de modo socialmente adequado;
– Apresentar oportunidades para que as pessoas com TEA possam assumir responsabilidades com os demais indivíduos, por exemplo, quando os mesmos estão produzindo música juntos;
– O desenvolvimento e ampliação da comunicação verbal e não-verbal entre os pares;
– A aprendizagem de regras sociais e ampliar em outros ambientes e contextos.
Como são as sessões de musicoterapia?
O processo musicoterapeutico deve ser realizado por um musicoterapeuta certificado e as sessões podem ser individuais ou em grupo. As sessões podem ser uma ou duas vezes por semana, de 20 a 50 minutos, dependendo do objetivo e do perfil do cliente.
As técnicas utilizadas podem ser: receptivas (ouvir e sentir a vibração sonoro musical) ou interativas (re-criação, composição, improviso) que vão promover as seguintes experiências:
Experiências sensoriais: ouvir, discriminar e reconhecer sons e/ou música;
Experiências motoras: executar instrumentos, movimentos corporais;
Experiências emocionais: expressar estados de ânimo e/ou sentimentos;
Experiências cognitivas: atenção, concentração, memória, análise e síntese;
Experiências sociais: participar de atividades sonoro musicais coletivas.
Para saber mais: Atendimentos em Musicoterapia
Benefícios atingidos ao passar pelo processo de musicoterapia:
- Facilitação da comunicação verbal e não verbal, o contato visual e tátil;
- Diminuição dos movimentos estereotipados;
- Facilitação da criatividade;
- Promoção da satisfação emocional;
- Contribuição para organização do pensamento;
- Contribuição para o desenvolvimento social;
- Ampliação da interação com o mundo;
- Diminuição da hiperatividade;
- Melhora da qualidade de vida intra e interpessoal.
Estes benefícios poderão ser alcançados à longo prazo, mas logo nas primeiras sessões pode-se notar o envolvimento do cliente os resultados alcançados são mantidos por toda a vida.
Mirna Domingos
Musicoterapeuta Professional CoachTrainer PNL,In, Terapeuta Comunitária
Referencia Bibliográfica:
“Musicoterapia e Autismo, teoria e prática”, – Gustavo Schulz Gattino (Musicoterapeuta, Mestre e Dr. em Saúde da criança)
https://pebmed.com.br/american-psychiatric-association-apa-publica-atualizacao-do-dsm-5/